quarta-feira, 15 de maio de 2013

Food Styling - A arte de comer com os olhos...

          
Comer com os olhos é uma expressão popular que significa comer uma quantidade superior àquela necessária para passar a fome, comer além do limite, comer em excesso. Significa que a pessoa está ligada à glutonaria, ou seja, é um glutão, aquele que come muito.
A expressão também é usada quando o indivíduo está simplesmente observando atentamente a comida e por diversos motivos não pode comer. É ainda usada quando alguém está apreciando e desejando um objeto ou uma pessoa admirada. A expressão surgiu na Roma antiga, onde nos rituais fúnebres eram realizados grandes banquetes em oferenda aos deuses. Durante o ritual não era permitido comer, apenas admirar as comidas. Se comia com os olhos.
Num mundo globalizado os chefs precisam ficar cada vez mais atentos às tendências de montagem de pratos e procurar dentro delas as formas que mais valorizem e diferenciem suas criações.
Dá muito trabalho. Exige técnica, pesquisa, experiência, testes e, depois de pronto, não dura mais que alguns minutos, que é o tempo gasto entre a liberação na cozinha e a primeira garfada do esfomeado cliente à mesa do restaurante. Mas mesmo assim um grande chef jamais abre mão de uma primorosa apresentação para os pratos que cria. Afinal, todos sabem que começamos a comer com os olhos e uma boa embalagem só vai valorizar o produto.



Criar a apresentação de um prato tem muito a ver com uma obra de arte. Usam-se cores e texturas diferenciadas, é necessária uma boa composição espacial e precisa-se de molduras adequadas que, no caso, são representadas pelos pratos dos mais diferentes formatos. Também existem tendências e periodicamente muda tudo, como na moda. E não dá muito para fugir dessas tendências. O jeito é ser criativo o suficiente para personalizá-las. E isto tudo sem perder de vista a simplicidade para que possam ser reproduzidas pela equipe, tantas vezes quanto necessário, nos mínimos detalhes.
Existem quatro regras básicas que devem ser observadas na apresentação e montagem de pratos:
  • Equilíbrio: seleção dos alimentos, cor, métodos de cocção, forma, texturas, sabores e temperos;
  • Unidade: apresentação do prato, harmonia quanto ao sabor e a aparência;
  • Ponto focal: para onde o olho vai se dirigir automaticamente, o que depende diretamente da forma de colocação dos ingredientes e de sua relação entre os diversos componentes do prato;
  • Fluxo: resultado do manejo adequado dos itens anteriores.
 

É importante também construir um repertório de exemplos, através de visitas a restaurantes, leitura de livros e revistas e acompanhamento de programas de TV para estar por dentro das tendências nessa área. A apresentação do prato tem que ser uma coisa bonita e é responsável por muito do prestigio que a gastronomia alcançou.

 
 Passo-a-passo para a montagem de pratos:
Faça uma estimativa da quantidade de alimento por pessoa, uma boa indicação é de 115 Gr a 170 Gr de proteína (preparada), 55 Gr a 110 Gr de amido (massas, arroz, etc.), 55 a 110 Gr de vegetais, 30 a 50 Gr de molho.
 
Leve em conta estas quantidades de alimentos para definir o tamanho do prato. Pratos grandes são sempre mais apropriados para montagens.
 
Para pratos quadrados use a “regra dos terços”, o diagrama básico usado nas escolas de fotografia. Os olhos do espectador se dirigem diretamente aos pontos de intersecção das diagonais (pontos focais). Colocando os alimentos nestes pontos, como se faz com as imagens em uma fotografia, consegue-se um bom equilíbrio.



Para pratos redondos a formatação mais usual é a que lembra um alvo, com a proteína bem no centro, uma segunda faixa com o acompanhamento e a terceira com o molho.
Outra sugestão também clássica e bem simples pra pratos redondos é a de relógio com o amido em 10 horas, vegetais 06horas e a proteína em 02 horas.
Crie também um ponto focal em sua montagem. Além disso, um conceito de contrastes geométricos resultará em uma boa apresentação.
Crie uma montagem multidimensional adicionando alguma altura à preparação.



Outra idéia para montagem dos pratos é o conceito de desconstrução, em vez de colocartodos os elementos próximos uns dos outros, coloca-se os ingredientes em colunas separadas, cada uma atuando com seus próprios sabores, porém completando-se em um plano geral, que é o efeito usado pelos vanguardistas espanhóis com o uso de espumas, ares e gelatinas.
É imprescindível que se deixe livre o que se chama de “espaço morto”, que é a área da borda do prato que deve ser mantida limpa.

O alimento tem a visualização realçada se o cliente não tiver a atenção desviada pela cor do prato. O ideal são pratos brancos. Pratos pretos são a única exceção.
 

Boa apresentação é um ótimo marketing! Criatividade e habilidade na cozinha devem ser refletidas na apresentação dos pratos. São três variáveis que tem relação direta com a apresentação dos pratos. A primeira é claro, é a preparação apropriada dos alimentos, que é o único elemento controlado pelo chef, diretamente relacionado com sua habilidade, e, portanto o mais importante. Se os alimentos não são preparados corretamente, não haverá como fazer uma boa apresentação. O segundo elemento são os equipamentos, que é o elemento menos importante, mas pode ajudar a tornar a apresentação satisfatória. O terceiro e final elemento é o prato escolhido para a montagem, que vai emoldurar a produção do chef, e é relativamente controlado por ele.


Uma vez que você tenha todos os ingredientes cozidos e prontos, o trabalho está apenas começando. A principal coisa que você não quer ver são os líquidos drenados dos alimentos. A carne que não foi descansada apropriadamente ou vegetais que depois de cozidos não foram secos ou drenados poderão arruinar toda sua produção. Vegetais que são cozidos excessivamente também poderão absorver líquido que irá drenar no prato. Após retirar a carne da frigideira ou da grelha, manter em ambiente aquecido por pelo menos 10 minutos para que a fibras relaxem e reabsorvam os fluidos.
 

Quanto à forma dos pratos, para fugir um pouco da mesmice se pode usar pratos quadrados, que são mais fáceis para criar um equilíbrio na montagem, dando uma sensação maior de continuidade. Existem duas correntes de opiniões sobre a decoração das bordas dos pratos. A clássica que diz que as bordas devem estar livres de decoração ou dos alimentos e outra que diz que as bordas devem ser usadas para criatividade, acrescentando mais sabores e cores à preparação. Como por exemplo, uma sobremesa que se pode decorar as bordas com chocolate em pó ou açúcar de confeiteiro, ou um prato de salmão decorado com coulis de pimentão vermelho, aplicado com bisnaga.

 
Assim como a tesoura é para o cabelereiro e a câmera é para o fotógrafo, o food stylist também tem suas ferramentas essenciais para trabalhar. Caso você pretenda trabalhar na profissão de food styling, seguem abaixo alguns equipamentos que são essenciais:
  • Seringa: bom para aplicar molhos;
  • Pincéis: ótimos para limpar pratos e aplicar líquidos;
  • Maçarico: necessário para dourar e caramelizar superfícies;
  • Bisturi: essencial para cortar e recortar pequenos detalhes no set;
  • Palitos de madeira: é o que mais uso, serve para fixar e modelar elementos;
  • Escumadeira: para frituras e cozimentos;
  • Batedor pequeno: útil para misturar molhos;
  • Pinças: para segurar e manipular alimentos.
Você encontra estes equipamentos em lojas de ferramentas, utensílios para cozinha e farmácias.
 
 
Bom apetite!!!
Sites Saber do sabor, Sem regras para experimentar, Food Styling e Google.

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